Loucura que me cura
Não quero mais a veste de aparência desses amores comportados que só enchem o coração de carência e no cerne de dois seres apaixonados em suas almas... na sua essência morrem como dois entes acomodados Não quero mais a tola pretensão desses amores analgésicos que parecem que moram no coração mas como sentimentos sinestésicos não passam da mais pura ilusão sendo das almas... cruéis anestésicos Não quero mais a falsa segurança desses amores burocráticos que deixam no peito só a lembrança de sentimentos quase apáticos como quem chama alguém pra dança mas fica com os pés estáticos Não quero mais a traiçoeira impressão desses amores amordaçados que gritam sofridos pela paixão como se fossem sentimentos velados desgastados por não levantarem do chão por não serem o que são... seres alados Não me importo, contudo, pela palpitação desses amores desgovernados que vazam pelos poros na transpiração escorrendo entre os dedos adocicados pelo mel que alimenta a paixão pelo sal que os faz purificados Não me importo pela inocente brincadeira desses amores irreverentes que fazem nas camas lambuzeira embriagando os amantes de aguardentes como se destiladas de uma roseira plantadas nos corações desde sementes Não me importo pelo frio que dá na espinha por esses amores arrepiados que a bússola dos amantes desalinha deixando seus mundos revirados pois nas peles o prazer lhes acarinha e os corações lhes entrelaçam enamorados Não me importo com a inevitável incerteza dos amores nascidos de loucas juras que emprestam dos sonhos a sua beleza injetam nas vidas doces loucuras e no âmago da sua pureza dos corações apaixonados são as suas curas 23 de agosto de 2007, 18h05 guerinis@uol.com.br Silvio Guerini
Enviado por Silvio Guerini em 16/11/2007
Alterado em 16/11/2007 |